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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Conhecendo a FEB

Estou em Brasília. E não resisti à curiosidade de conhecer a FEB. Ontem tomei coragem, peguei um ônibus na W3 e fui à L2 para encontrar com aquilo que considero o que há de pior no movimento espírita. É verdade, não fui de coração aberto: fui cheio de prevenções. Mas curioso, confesso. Fiquei impressionado com a estrutura física: a FEB é imensa! Conheci cada construção interna. No Cenáculo conheci a bela livraria, o imenso salão doutrinário, o museu quase inteiramente dedicado à Chico Xavier, inclusive com um boneco de cera sentado à mesa na entrada que me pareceu quase real, e alguns documentos expostos que me pareceram interessantíssimos, assinados por Kardec (um estava assinado assim: HLD Rivail, Allan Kardec). Tirei fotos. Depois fui ao prédio da Unificação, onde funciona a administração e o salão de reuniões do CFN. Tudo muito bonito. Ali também funciona a Biblioteca de Obras Raras. A parte mais interessante de todo o conjunto! Pude passear pelas obras e senti-me premiado ao manusear um autêntico Le Livre des Esprits, primeira edição. Claro, minha mulher fotografou-me nesse momento ao perceber a cara de menino feliz. E ela me fez tomar um passe (argh!!) no atendimento que acontecia naquele horário. Pegamos a programação de atividades e fomos embora com o compromisso de retornarmos no dia seguinte (hoje) para assistir à primeira palestra pública de 2014.

Chegamos hoje à FEB uns 20 minutos antes do início da palestra. Ainda quase ninguém. Passeei pela livraria e retornei aos documentos raros expostos na entrada do auditório. Entramos e sentamos. Ainda vazio. Faltam agora 5 minutos para o horário previsto e um homem e duas mulheres sobem ao palco e sentam à mesa. A mulher do centro faz uma prece (muito chata) e passa a palavra à outra mulher à sua esquerda. Essa lê um capítulo de Pão Nosso, de Emmanuel, e tece alguns comentários. Achei-os insuportáveis e impertinentes. E mais: desfiguraram aquilo que fora proposto como análise evangélica na obra lida. Vá lá, eu aceito que tudo não passava de prevenção minha, afinal era uma palestra na FEB. O homem então começa a palestrar e sua primeira frase foi: "Daremos hoje continuidade ao estudo da obra de Roustaing, Os Quatro Evangelhos". Confesso que minha vontade foi levantar e ir embora naquele momento, mas pensei: "na França, como os franceses" e educadamente fiquei quieto a ouvir um chavascal de impropriedades proferidas daquele púlpito "espírita". Quando ele citou o Jesus agênere, quase tive uma síncope nervosa e minha mulher me olhava a sorrir. Ao terminar a palestra, todos seguiram para a fila do passe, menos eu, pois saí direto à livraria para reler a RE 1866 e rever a opinião de Kardec sobre a polêmica obra rustenista, enquanto minha mulher tomava a hóst..., ops, o passe.

Ao sair, fui refletindo no ônibus sobre o papel da FEB, não para o movimento espírita, mas para o espiritismo e sua divulgação. Afinal, é isso mesmo que se pode esperar daquela que se autoproclama a Casa-Máter do Espiritismo?
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